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Todo mundo sabe que ingerir de 2 a 3 litros de água todos os dias é uma medida fundamental para garantir uma boa saúde. Mas, e para o ostomizado, qual a recomendação?

Embora seja impossível precisar a quantidade de água que cada pessoa precisa tomar, pois a necessidade de hidratação depende de muitos fatores, a recomendação geral para os ostomizados é que os homens tomem 3-3,5 litros, e mulheres 2-2,5 litros de água todos os dias.

Em especial, a pessoa com uma ileostomia precisa ter um foco ainda maior em sua hidratação ao longo do dia.

De qualquer forma, vamos apresentar aqui as principais dicas de como você pode melhorar sua ingestão de água, com medidas simples.

Por que precisamos beber tanta água?

Além de manter o bom funcionamento do corpo (ex.: filtração nos rins, controle da temperatura corporal, etc.), a água é uma importante via para ingerirmos uma série de minerais e eletrólitos, essenciais para a nossa saúde.

No caso do ostomizado não é diferente. Entretanto, o funcionamento normal do organismo, no que diz respeito à absorção de água, fica alterado pela presença da ostomia. Principalmente no caso de colostomias ou ileostomias. Daí a necessidade de aumentar a ingestão de líquidos, principalmente de água, ao longo do dia.

Além da água, os médicos também podem recomendar a ingestão de soluções com uma maior quantidade de eletrólitos. Mas lembre-se: o objetivo é manter o equilíbrio de acordo com o que seu corpo precisa.

Além disso, não se deve tomar uma grande quantidade de uma só vez. A hidratação deve ocorrer em pequenas porções (1 a 2 copos), tomados várias vezes durante todo o dia, especialmente nos dias quentes.

Dicas para monitorar sua ingestão de água

Uma dica para criar uma rotina são os apps para smartphones e tablets. Oferecem várias funções desde alarmes a gráficos semanais, mensais. Disponíveis para todos os gostos: com a tela simples, outros mais intuitivos com mascotes que você pode ir regando, competição entre amigos, etc. Use isso ao seu favor!

Falando nisso, tenha sempre do seu lado a sua garrafa! De nada adianta o despertador do aplicativo tocar se você não tiver água, pronta para beber, por perto. Veja essa dica: use uma garrafa ou jarra que tenha linhas de medida na lateral. Isso deve facilitará o controle da quantidade de água ingerida. Uma forma criativa de fazer esse controle é marcar, você mesmo a sua garrafa de água. Mas usando as horas do dia (mais cedo em cima, mais tarde embaixo), em vez do volume, na marcação.

Quer garantir a ingestão adequada de eletrólitos e minerais? Uma boa dica é complementar o consumo diário com isotônicos, como  as bebidas esportivas, por exemplo.

Em dias quentes, ou quando estiver praticando exercícios, é recomendável que se tome 100, 150 ml de líquidos – de preferência água mesmo – a cada 15 minutos. Encontre seu próprio equilíbrio! E se precisar tome mais água ainda…

Mas, como saber se você está consumindo a quantidade adequada de água?

Uma boa dica é observar os sinais que o seu próprio corpo dá:

  • as suas mucosas (parte interna da boca, do nariz, o próprio estoma) devem estar úmidas, isto é, com a aparência de molhadas;
  • você não deve ter a sensação de sede intensa;
  • a coloração da sua urina pode dar ótimas pistas sobre o seu estado de hidratação. Normalmente, uma urina amarelo-claro (ou quase transparente, como a água) indica que você está bem hidratado

Também é muito importante estar atento aos sinais de desidratação. Boca seca, dor de cabeça, urina escura ou em pouca quantidade, tonturas e cansaço excessivo são sinais de alerta que não podem ser ignorados. Esteja atento e, se for o caso, procure ajuda de seu médico.

Uma boa saúde depende, antes de mais nada, de bons hábitos. Desenvolver o hábito de beber água na quantidade correta requer dedicação e força de vontade, mas vale a pena!

Uma boa hidratação é sinônimo de boa saúde, de uma pele bonita, de uma aparência mais jovial. A água ajuda em praticamente tudo. Por isso faça de uma garrafa (ou jarra) a sua melhor amiga!

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O que é uma urostomia? Para que serve? Que adaptações a pessoa que tem uma urostomia precisa fazer em sua vida? Se quer conhecer mais sobre esse procedimento, que salva milhares de vidas todos os anos, confira o material que preparamos para você.

Seja por conta de um acidente, uma má formação congênita ou mesmo um tumor, a urostomia é um procedimento cirúrgico que comunica o sistema urinário com o exterior. Tal comunicação é feita por meio de um orifício (o estoma), através da parede abdominal.

O sistema urinário

Os rins, órgãos pequenos (pouco mais de 10 cm) em forma de feijão, situam-se na região posterior do abdome, logo abaixo das costelas, um de cada lado da coluna vertebral. São eles os responsáveis por filtrar o nosso sangue e garantir o equilíbrio da água, da acidez, dos eletrólitos e dos minerais em nosso corpo.

Além disso, têm uma importante função na eliminação dos restos do metabolismo de proteínas. A eliminação desses resíduos se dá por meio da formação contínua de urina, a partir da diluição desses restos metabólicos em água.

A urina que os rins produzem é levada à bexiga pelos ureteres. A bexiga tem a capacidade de armazenar a urina até o limite de sua capacidade ou até o momento em que seja apropriado urinar. Esta capacidade se deve a um músculo especial que a bexiga tem, chamado esfíncter. Assim, quando a bexiga esvazia, o músculo esfíncter relaxa e permite que a urina flua para o exterior por meio da uretra

Indicações para a realização de urostomia

Com maior frequência, a urostomia será indicada em função de problemas na bexiga, tais como tumores, que são a causa mais comum. Além deles, outras indicações podem ser:  problemas neurológicos, defeitos congênitos (de nascimento) ou mesmo situações de inflamação crônica da bexiga.

Igualmente, algumas pessoas com quadros de incontinência urinária de difícil controle têm sido submetidas ao procedimento de urostomia. Esses pacientes, segundo se acredita, consideram mais fácil lidar com a ostomia do que com a incontinência.

Eventualmente, crianças podem nascer com má formações no sistema urinário, normalmente associados ao refluxo da urina de volta para os rins, o que causa infecções urinárias repetidas e, com o passar do tempo, danos aos rins, que podem até deixar de funcionar. Para esses pequenos pacientes, a urostomia é um procedimento que salva vidas, garantindo o bom funcionamento do rim.

Os tipos de urostomia

Cada pessoa, assim como cada indicação médica, terá um tipo mais apropriado de urostomia. A técnica será definida pelo cirurgião, levando em conta as particularidades de cada caso. Por exemplo, no caso das colostomias, as urostomiastambém podem ser permanentes ou temporárias, conforme a indicação médica do procedimento.

O vídeo produzido pela UOAA está em inglês. A demonstração do vídeo é clara e mesmo em outra língua ajudará na sua compreensão de como é realizada a cirurgia.

Conduto ileal

Em geral, o mais comum é o procedimento do tipo **“conduto ileal”**ou Cirurgia de Bricker. Esse procedimento é feito a partir da remoção de uma pequena parte do íleo (intestino delgado), que servirá como um pequeno reservatório, um canal, para o escoamento da urina para o exterior.

O cirurgião fecha uma das extremidades do canal, introduz nele os ureteres e leva a outra extremidade, que ficou aberta, para o exterior, através da parede abdominal. A abertura desse novo canal na parede abdominal é o estoma.

Conduto de cólon

Uma outra alternativa é procedimento do tipo “conduto do cólon”. Trata-se da mesma técnica descrita acima, com a diferença de que o canal, desta vez, não é feito com o intestino delgado, mas com o cólon (intestino grosso).

Ah! É importante dizer: não se preocupe. A retirada de pequenos trechos do intestino delgado ou mesmo do cólon para a construção dos condutos não prejudica em nada a função intestinal da pessoa. Afinal, temos mais de 6m de intestino delgado e 1,5m de cólon, aproximadamente.

Em função do pequeno tamanho do reservatório, a urostomia não permite o armazenamento da urina. Assim, a urina reflui pelo estoma para o exterior o tempo todo. Por isso, é necessário acoplar ao estoma uma bolsa, que deverá coletar a urina produzida pelo corpo.

Ureterostomia

Mais raramente, a opção do médico pode ser a implantação de uma ureterostomia, isto é, o próprio ureter é conectado à parede abdominal, formando um estoma. Isso pode ser feito com a exteriorização de um ou de ambos os ureteres. Normalmente a indicação dessa técnica é feita apenas no caso de bebês prematuros. Isso porque o estoma formado a partir do ureter está frequentemente associado a complicações, como estenoses (quando o estoma se torna mais estreito, a ponto de obstruir).

Em resumo

A urostomia é um procedimento que provoca inúmeras mudanças no funcionamento do organismo mas, após um período de adaptação, é possível levar uma vida completa e feliz, retomando os hábitos e atividades praticados antes da cirurgia.

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A Irrigação da colostomia é uma técnica relativamente pouco conhecida, apesar de não ser nova. Consiste em infundir um volume de água morna através do estoma, para provocar o cólon a uma resposta, na forma de eliminação de fezes. Funciona de forma semelhante ao enema (a chamada “lavagem intestinal”). Serve para “treinar” o cólon para a continência fecal, isto é, dar ao indivíduo o controle sobre o momento da eliminação das fezes.

Nem todos os ostomizados podem ser submetidos à irrigação. Apenas as pessoas que têm colostomia descendente ou sigmoide. Preferencialmente aquelas que tinham um hábito intestinal regular (evacuavam a intervalos regulares) antes da cirurgia.

O primeiro passo para decidir tentar a técnica de irrigação é conversar a respeito com o seu médico. Ele poderá orientar você sobre todas as vantagens e dificuldades do procedimento, tirar todas as suas dúvidas e indicar a você um enfermeiro estomaterapeuta com experiência na irrigação. Esse profissional é de fundamental importância para ensinar a você corretamente o passo a passo do procedimento.

Equipamentos

Os equipamentos necessários para a irrigação são:

  • bolsa de irrigação com marcação de volume e equipo com regulador de fluxo (algumas delas vêm com termômetro integrado, para controle da temperatura da água);
  • cone flexível que será inserido no estoma e;
  • manga de irrigação que recobre o estoma, tem uma abertura para manipulação do mesmo numa extremidade e a outra na extremidade oposta, que será colocada dentro do vaso sanitário.

Como realizar a irrigação da colostomia?

É importante fixar um horário para realizar o procedimento todos os dias. Isso ajudará no treinamento do cólon para assegurar a continência das fezes. O procedimento todo deverá durar em torno de uma hora. É importante ter o banheiro só para você nesse tempo.

Vídeo

Confira como é o procedimento de irrigação da colostomia:

Vídeo: Coloplast US

Criando uma rotina para a irrigação da colostomia

No início, você deverá repetir esse procedimento todos os dias, sempre no mesmo horário. É possível ir aumentando o intervalo entre as sessões de irrigação. Há quem consiga irrigar a cada 48 horas, sem nenhuma eliminação involuntária nos intervalos. Há relatos de quem consiga permanecer sem irrigar por três dias sem incidentes!

Nos intervalos entre as sessões de irrigação, tão logo você esteja treinado na técnica e tenha adquirido a confiança necessária, poderá dispensar a bolsa de ostomia. Uma pequena capa de estoma mantém o estoma fechado, garantindo higiene, conforto e discrição.

Mas atenção!

Não tente se auto aplicar a irrigação sem antes ter conversado com o seu médico e recebido as orientações necessárias do enfermeiro estomaterapeuta.

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